Antes de falar sobre a logística reversa, precisamos entender o motivo para ela ter sido implementada.
O conceito, embora tenha ganhado notoriedade com a publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos pela Lei nº 12.305, em agosto de 2010, tem raízes que se estendem por mais de três décadas, especialmente na Europa.
Aqui no Brasil, também já existia uma preocupação com o retorno de produtos descartados e com o uso de recursos naturais, principalmente vindo de empresas que trabalham com pilhas, baterias, lubrificantes, pneus, embalagens de agrotóxicos e outros itens parecidos.
A diferença, é que com a lei, a logística reversa virou uma exigência, englobando um conjunto abrangente de tipos de produtos e serviços.
O acordo setorial estabelecido pela legislação, envolvendo fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, busca criar uma responsabilidade compartilhada ao longo do ciclo de vida do produto.
Nesse contexto, tanto órgãos públicos quanto empresas privadas têm a responsabilidade de implementar ações que reduzam o volume de resíduos sólidos, minimizando os impactos à saúde humana e ao meio ambiente.
O que é a Logística Reversa?
Como vimos anteriormente, a logística reversa, em termos simples, é o conjunto de procedimentos e ações necessários para o recolhimento, descarte e reaproveitamento de embalagens, produtos e materiais diversos.
Em outras palavras, ela é a prática de dar encaminhamento pós-venda ou pós-consumo, visando o reaproveitamento ou a destinação correta de resíduos sólidos e descartes de embalagens.
Atualmente, essa abordagem não se restringe a um setor ou país específico; ela é uma ferramenta crucial para a gestão ambiental e de recursos em empresas e organizações ao redor do mundo.
Quem deve fazer a logística reversa?
A responsabilidade pela logística reversa pode depender de diversos fatores, como o tipo de produto, a legislação aplicável e os acordos comerciais entre as empresas.
Em geral, ela é uma responsabilidade compartilhada entre as empresas, os consumidores e o governo, com o objetivo de maximizar o reaproveitamento de materiais e produtos e minimizar os impactos ambientais.
As empresas devem implementar sistemas específicos para seus produtos, garantindo que materiais e produtos utilizados em seus processos sejam coletados, triados e destinados adequadamente.
Os consumidores, por sua vez, têm um papel ativo, devolvendo produtos não mais necessários e separando corretamente os resíduos para reciclagem ou destinação adequada.
O governo também desempenha um papel importante, elaborando leis e políticas que incentivem e regulamentem a prática.
Exemplos Práticos
Alguns produtos demandam um sistema de logística reversa independente do serviço público de limpeza urbana.
Nesses casos, a empresa é totalmente responsável por recolher novamente produtos perigosos para a população e o meio ambiente, enfatizando a necessidade de uma abordagem mais específica e eficiente.
Quais os benefícios da logística reversa?
Agora que você já sabe o que é logística reversa, vamos nos aprofundar um pouco mais em seus benefícios.
1 – Redução de custos
A melhoria nos processos decorrente da logística reversa, contribui diretamente para a redução de custos.
Isso ocorre pela otimização dos processos, diminuindo a necessidade de armazenagem, transporte e até mesmo aquisição de novos itens, uma vez que há a recuperação e reaproveitamento de materiais.
2 – Marketing positivo
Além dos benefícios financeiros, a logística reversa projeta uma imagem positiva para as empresas.
Ao adotar práticas sustentáveis, a companhia se posiciona como ambientalmente responsável, atraindo uma reputação sólida e conquistando consumidores cada vez mais conscientes.
3 – Economia de recursos
A reutilização de itens contribui significativamente para a redução do uso de recursos naturais.
Ao incorporar materiais reciclados em seus processos, as empresas conseguem reduzir a demanda por matérias-primas virgens, promovendo uma gestão mais sustentável e eficiente dos recursos disponíveis.
4 – Cumprimento da lei
A logística reversa não é apenas uma prática benéfica, em muitos setores, é uma obrigação legal.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece a implementação de políticas específicas para setores como agrotóxicos, produtos eletrônicos, baterias e outros.
Dessa forma, a logística reversa não apenas traz vantagens econômicas, mas também coloca as empresas em conformidade com a legislação ambiental vigente.
5 – Melhoria dos produtos
Ao trazer de volta produtos que apresentam pequenos defeitos, falhas na produção ou utilização de embalagens mais complexas, a logística reversa proporciona uma oportunidade única para aprimorar esses itens.
A empresa pode realizar ajustes, corrigir falhas e, assim, melhorar a qualidade dos produtos, promovendo um ciclo de produção mais eficiente e sustentável.
Quais são os tipos de logística reversa?
Para implementar a logística reversa de maneira eficaz, a empresa precisa saber qual é a ideal para atender suas necessidades.
Existem três tipos e nós vamos te contar um pouco sobre cada um:
1 – Logística reversa de pós-venda
Este tipo envolve o retorno de produtos à cadeia de distribuição que foram pouco ou não utilizados devido a erros de produção, entrega ou pequenos defeitos.
Esses produtos retornam para correção e podem ser revendidos pelo mesmo valor ou com um pequeno acréscimo.
2 – Logística reversa pós-consumo
Caracteriza-se pela coleta ou retorno de produtos ao fabricante após terem sido utilizados pelos consumidores.
As empresas que adotam essa prática encaminham os produtos para descarte, reciclagem ou reaproveitamento de partes, reduzindo significativamente o descarte inadequado de materiais.
3 – Reuso
A logística de reuso oferece uma nova destinação para produtos que ainda estão em boas condições, como livros, móveis e até carros.
Esses itens podem ser leiloados pela empresa, proporcionando uma receita adicional e contribuindo para a diminuição do descarte inadequado.
Quais as etapas da logística reversa?
As etapas da logística reversa variam conforme o tipo de produto e a empresa, mas seguem uma estrutura comum baseada em coleta, triagem, processamento e destinação final.
1 – Coleta
Esta etapa envolve a coleta dos produtos ou materiais que serão retornados ao ciclo de produção ou distribuição.
Isso pode ser realizado de duas maneiras: o cliente entrega o produto em um posto de recolhimento ou a empresa disponibiliza um meio de transporte para coletar o item.
É fundamental que esse processo seja fácil para o cliente, garantindo satisfação e adesão do consumidor.
2 – Triagem
Nesta etapa, os produtos são separados de acordo com seu estado.
Essa triagem permite diferenciar itens que podem ser reaproveitados, aqueles que precisam de ajustes mínimos para retornar ao mercado e aqueles que devem ser descartados.
Os materiais triados são processados com base em seus objetivos. Itens que podem ser reutilizados ou reciclados são separados daqueles destinados à eliminação.
Esse processamento envolve avaliação para determinar se os materiais podem ser reintegrados à cadeia produtiva ou se devem ser encaminhados para a reciclagem.
3 – Destinação final
Finalmente, os materiais são encaminhados para seu destino final, o que pode envolver reciclagem, reuso em novos produtos ou descarte apropriado de resíduos perigosos.
A destinação final é escolhida com base no tipo de material, sua condição e nas regulamentações locais e nacionais.
Os artigos que foram destinados a eliminação, devem ser enviados a uma empresa própria que faça isso de forma correta, para que evite um impacto ambiental.
Quem assume os custos da Logística Reversa?
O pagamento pela logística reversa pode variar conforme o tipo de produto, o setor da empresa e as leis locais e nacionais.
Em alguns casos, a legislação obriga as empresas a cobrirem os custos da logística reversa de seus produtos, especialmente quando se trata de itens perigosos ou geradores de grandes volumes de resíduos. Nessas situações, as empresas podem incluir os custos no preço dos produtos ou buscar outras formas de financiamento.
Em outros cenários, a logística reversa pode ser financiada por meio de acordos voluntários entre empresas e organizações, ou por incentivos fiscais ou financeiros do governo.
Em resumo, o pagamento pela logística reversa depende de vários fatores e pode envolver diferentes partes interessadas, como empresas, consumidores, organizações e governo.
O Grupo Emtel e o meio ambiente
A Emtel leva as práticas ambientais, sociais e de governança corporativa muito a sério. Por isso, há 13 anos, iniciativas pautadas por estes critérios são aplicadas nas operações e no dia a dia da empresa, além de iniciativas maiores que integram a parte estratégica, operacional e tática da organização.
Nossa paixão é a mobilidade responsável. Por isso, faz parte dos nossos objetivos realizar operações de transporte da forma mais inovadora, sustentável e ecologicamente correta possível, para beneficiar nossos clientes e criar um legado ambiental positivo para o planeta.
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A logística reversa não é apenas uma prática; é um compromisso com o meio ambiente e a sustentabilidade.
Ao compreender seu papel e adotar medidas conscientes, empresas e consumidores contribuem para um futuro mais ecológico e responsável!
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